18 abril 2009

Feliz Aniversário!




"Eu esperei a entorpecência voltar, ou a dor. Porque a dor devia estar vindo. Eu quebrei minhas próprias regras. Ao invés de me esconder das memórias, eu andei em frente e as cumprimentei. Eu tinha ouvido a voz dele, tão claramente, na minha cabeça. Isso ia me custar caro, eu tinha certeza. Especialmente se eu não podia convocar a neblina pra me proteger. Eu me sentí muito alerta, e isso me assustou.
Mas o alívio ainda era a sensação mais forte no meu corpo - alívio que aquilo tenha vindo do íntimo do meu ser.
Mesmo eu lutando pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo.
Eu tive medo que - tarde da noite, quando a exautão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - que eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria dele, ou da textura da voz dele.
Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso.
Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo.
Tudo mais podia ser suportado. Contanto que ele existisse.
Era por isso que eu estava mais amarrada á Forks do que nunca, por isso eu lutei com Charlie quando ele sugeriu uma mudança.
Honestamente, isso não devia importar; nenhum deles ia voltar pra cá. Mas se eu fosse pra Jacksonville, ou qualquer outro lugar claro e familiar, como é que eu podia ter certeza de que ele era real? Num lugar onde eu jamais poderia imaginá-lo, a convicção ia acabar desaparecendo... e isso eu não poderia suportar. Proibida de pensar, morrendo de medo de esquecer; era uma linha difícil de seguir.

...

Era uma coisa assustadora, essa sensação de que um buraco havia sido construído no meu peito, fazendo meus órgãos vitais pararem de funcionar e deixando- os em trapos, com cortes não curados nas beiradas que continuavam doendo e sangrando mesmo com a passagem do tempo.
Racionalmente, eu sabia que meus pulmões deviam estar intactos, mas mesmo assim eu lutava por ar e minha cabeça rodava como se os meus esforços não me levassem a nada. Meu coração devia estar batendo também, mas eu não conseguia ouvir o barulho da pulsação nos meus ouvidos; minhas mãos pareciam azuis de frio. Eu me curvei, abraçando minhas costelas pra me manter junta. Eu procurei pela minha torpência, minha negação, mas elas tinham me abandonado.
E mesmo assim, eu achava que podia sobreviver. Eu estava alerta, eu sentia a dor - a dor da perda que irradiava do meu peito, mandando ondas de dor pelos meus órgãos e minha cabeça - mas era suportável.
Eu podia sobreviver. Eu não sentí que a dor tinha diminuído com o tempo, mas eu tinha ficado forte o suficiente pra suportá-la.
O que quer que tenha acontecido essa noite - fossem os zumbís, a adrenalina, ou as alunações os responsáveis - isso me acordou.
Pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia o que esperar pela manhã. "


Trecho do capítulo 4 -
Lua Nova, Stephenie Meyer




Quando comecei a ler essa parte do capítulo, me deu um aperto estranho no peito, e não conseguia entender o motivo. Mas, claro que lembrei e por incrível que pareça, sorri. Li isso essa semana, e depois de lembrar, lembrei também a semana que eu me encontrava. Comecei a fazer várias associações, e achei que talvez, o período mexesse com meu inconciente e esse seria o motivo da minha estranhez. Tem uma grande fundo de mentira tudo que acabei de dizer. Porém, todavia, contudo, achei que era o ideal para ser escrito, hoje. Escreverei mais, estou com sede de palavras, mas esse é o primeiro post desse dia que continuo sem esquecer.
E se eu for parar pra remoer, parando pra velha sessão nostalgia, o sentimento desse dia se resume na última frase do mesmo capítulo: "...Pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia o que esperar pela manhã."

4 comentários:

Érica de Paula disse...

dei pra maldizer o nosso lar
pra sujar teu nome
te humilhar
e me vingar a qualquer preço,
te adorando
pelo avesso
pra mostrar
que aidna sou tua
só pra provar
que ainda sou tua.

Rhayssa Lima disse...

Confesso que não li o trecho do livro que você colocou. Mas sabendo que dia é hoje, ou melhor, sabendo que dia foi ontem... sei até do que se trata!

Pois bem... ontem foi dia 18 de abril. E se eu fosse vc... não pararia para remoer ass lembranças passadas.
Ontem foi uma data especial.
E, de certo, que seja uma data tbm especial para ele e feliz!

Érica de Paula disse...

Assim, não foi ruim lembrar do passado. Meu passado não me incomoda tanto assim, com já disse ele me fez ser o que sou. E essa frase serve em dois sentidos.
E não disse diferente, dia 18 é um data especial. Ponto.
"..eu não sabia o que esperar pela manhã."
Lembra que eu sempre esperava?
Não esperar, é uma coisa muitoooo boa.

Rhayssa Lima disse...

É bom ouvir isso, ou melhor, ler isso!
"Não esperar.. é uma coisa muio boa."

De fato é!

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