Enfim, cheguei. A noite se
arrastou e nem percebi. O céu azul claro – por causa da lua – não me deixou
perceber os raios de sol que chegaram tímidos.
A cidade está cheia de
luzes piscando, é natal. Dentro de mim não tem muitas luzes. “Alguém” me disse
há alguns dias: “A bruxa está solta”, e ela está. Mas, não é natal? Não é
aquele período do ano onde as coisas se encaixam, os caminhos se acham e o
final é... feliz? Uma voz no ouvido responde:
- Não. Isso não é novela
global.
Afetos que não
correspondem aos fatos. Fevereiros que talvez nunca cheguem. Amores que se
desfazem com o vento. Esperanças que viram pó.
A cada momento só, a cada
segundo que a mente consegue escapar, é mais um cigarro aceso, uma Coca-Cola
tomada, uma cerveja, um whisky, uma música, uma vontade de... nem ser.
E nesta semana “bruxesca”,
nesse fim de ano sem final feliz, só tenho três desejos:
que o ano acabe,
que o tempo passe,
e que as coisas mudem.