Engraçado.
Faz tanto tempo que não venho por aqui, e quando venho é pra escrever sobre você, que foi a última coisa que escrevi.
Encontros casuais... na verdade não foi um encontro, apenas o vi passando de vermelho a caminho do mar, longe, bem longe. Não sei exatamente o que senti, sei que senti. Fiquei olhando pelo retrovisor até não ver mais nada vermelho, talvez meu rosto estivesse vermelho, mas não dava pra ver. Talvez até meu coração estivesse mais vermelho, mas ainda bem que não dava pra ver.
Tive vontade de mandar uma mensagem casual, apenas comentando o bom gosto -gosto de vermelho. gostamos de vermelho.-, porém lembrei que não precisa. Não precisa mais.
Então, como se nada mais bastasse, como se imagens em alguns momentos do dia, que casualmente passaram perdidas em minha cabeça não fossem suficientes...
Encontrei uma amiga, casulamente, que ao chegar esbaforida disse: "Você não sabe quem quase me atropoleu agorinha!". Eu não preciso nem dizer quem foi. Ri, ri bastante, novamente sentindo algo que não sei identificar, apenas sei que senti. Não ria pelo quase acidente, ria mais pelo incidente.
De novo, de novo e de novo. Faz tanto tempo, na verdade nem tanto. Nos vimos a pouco mais de um mês, falavámos de negócios, coisas profissionais. Deve ser por isso que faz tanto tempo. Pensei, mais uma vez, em mandar uma messagem partindo do pressuposto casual, contudo lembrei que não preciso. Não preciso mais. Preciso?
"...Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica o aconchego..."
Vanessa da Mata