25 outubro 2011

Sinais vitais



Ainda é tão confuso pra mim a capacidade que tenho de sentir as coisas. Muitas vezes parece exagero, drama, teatro, pensem o que quiser, mas, aqui dentro é tudo tão verdadeiro, tudo tão forte. Ouvi hoje uma amiga dizendo que eu deveria escrever romances. Será!? Será que alguém leria essas tolices 'sentimentalescas' que eu escrevo? Vamos ver uma:

Passei o dia inteiro esperando, desde ontem que eu espero. Na verdade, há mais de uma semana eu espero o dia que eu não sabia que seria hoje. Sabia da possibilidade mas, não tinha certeza. Até que o sol começou a se recolher e as borboletas que ainda moram dentro do meu estômago me fizeram saber que ela havia voltado. Só as borboletas sabiam, eu não tinha certeza. E se fosse alarme falso? E se apenas o meu querer fazia minhas borboletas se sentirem assim? Bom, só descobri quando tudo terminou e eu fui. 

Andei em passo largos, olhos vagando os corredores, borboletas desesperadas, e o coração dando ligeiros sinais vitais. Olhei pela janela e lá estava. - Janela, acabo de perceber que janelas sempre me mostram mais coisas do que os outros veem. E meu papo de janela não tem nada a ver com futuro, as janelas são o que me separam do que mais quero. - Não tinha mais ninguém, só eu e ela. Saí da janela, respirei fundo pra tentar manter  um pouco de compostura e abri a porta. 

Noooossa como senti falta daquele olhar despretensioso, aquele jeito de não me dar atenção no primeiro "Eeei.." que me matou tantas vezes mas, hoje não. Perguntou despretensiosamente "Tudo bem?" e eu não consegui disfarçar a alegria, o prazer, o viver que estava sendo vê-la de novo: "Agora está. Agora está tudo bem...". Ela sorriu daquele jeito, aquele jeito que eu sei que ela sabe, aquele jeito meio com pena, mas, com carinho. Carinho que a gente tem por alguém que gosta da gente, mesmo que a gente não possa retribuir do jeito que a pessoa gostaria. E foi assim, conversamos por alguns minutos e nos prometemos que conversaríamos melhor em uma hora mais propícia. 

Quando saí daquela sala foi como se o mundo tivesse voltado a fazer sentido. O coração que estava em pedaços e batendo fraco havia se curado. O bibipe da máquina era o indício que meu músculo involuntário burro e rebelde, que sumiu desde daquele último abraço, tinha voltado pra casa.

Alguém aí leria meus romances?

15 outubro 2011

... o que mais pode ser?





E lá estavam tantos rostos felizes e minha cabeça não tinha outro pensamento - continua sem ter -, meu corpo nem parecia presente. Palavras, barulho, música alta, cervejas e cigarros, mas tudo que havia em mim ficara contigo naquele abraço. Mentira, não ficou tudo. Ainda sobrou o necessário para me manter de pé, fingindo que eu não soube nada, e que o "nada" que eu não soube não interferiu sobre mim. Continuei o dia fingindo que estava tudo bem. Mas, não está.

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